COLÓQUIO INTERNACIONAL 1916-2016: 100/EXÍLIO & CENTAURO - MODERNISMO EM REVISTA(S)


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            FLUL, 3 e 4 de fevereiro de 2016 - Anfiteatro III

Durante o ano de 2015, comemorou-se em Portugal e no Brasil o centenário da Revista Orpheu com um Congresso Internacional Luso-Brasileiro (100/Orpheu, em Lisboa e S. Paulo), com múltiplas e diversificadas iniciativas, promovido pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL), LEPEM – Universidade de S. Paulo, Academia Lusófona Luís de Camões, Instituto de Cultura Europeia e Atlântica (ICEA), Instituto Fernando Pessoa e dezenas de Instituições Associadas de todo o mundo. Do encontro científico tradicional (Congresso na Fundação Calouste Gulbenkian e na Universidade de S. Paulo, Colóquio na Fundação Eng. António de Almeida), passando pela Festa das Artes, Letras & Ciências no Centro Cultural de Belém (Lisboa), com mesas redondas disciplinares, até lançamentos, exposições, seminários e conferência, foi vasta a multiplicidade de eventos nos continentes europeu e americano.

Atentos à complexidade dos movimentos modernista em Portugal e no Brasil, esses eventos destacaram aspectos centrais na historiografia e crítica literárias lusófonas: as condições intertextuais e dialógicas dos projectos e autores modernistas luso-brasileiros; as interfaces políticas, sociais, filosóficas das estéticas modernistas com os movimentos culturais do século XX; o constante diálogo com a tradição literária simbolista, decadentista e saudosista e com a tradição historiográfica de ressignificação dos mitos pátrios portugueses; a interpenetração de várias linguagens artísticas (literatura, artes plásticas, música e cinema).

Além das questões enunciadas, também se pretende neste encontro, reflectir sobre a relação entre estas revistas e o cânone literário, a modernidade e a tradição. Nota-se, no âmbito da crítica literária, a tendência para iluminar algumas figuras primaciais do Modernismo português como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, deixando mais na sombra outras também importantes como Alfredo Pedro Guisado, Armando Côrtes-Rodrigues, Raul Leal, Ângelo de Lima, entre outros. No cânone literário brasileiro, evidenciam-se habitualmente os nomes de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira como os autores de maior relevância para o primeiro Modernismo, esbatendo-se, em simultâneo, a importântica do Movimento Verde-Amarelo e do grupo da Anta, liderado por Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Plínio Salgado. Motivações circunstanciais, de natureza ideológica e estética, poderão explicar esta perspectivação crítica, o que justificará, também, uma reflexão sobre os factores canonização e legitimação do discurso literário.

No ano de 2016, comemoram-se duas importantes efemérides, o centenário das revistas Exílio (número único, Abril 1916) e Centauro (número único, Outubro 1916), respectivamente dirigidas por Augusto de Santa-Rita (irmão do artista plástico Guilherme de Santa-Rita, ou Santa-Rita Pintor) e Luís de Montalvor (um dos directores do primeiro número da Orpheu). Augusto de Santa-Rita pretendia, com Exílio, uma revista de “artes, sciencias e letras”, com ideias de metafísica da Raça portuguesa, próximas do grupo da Renascença Portuguesa e da revista portuense A Águia, como fica patente na colaboração de António Sardinha acerca do canto guerreiro de sacrifício pela Pátria, em consonância com algumas ideias de Teixeira de Pascoaes em A arte de ser português. Enquanto Exílio apresentava, a par de colaborações literárias de Alfredo Guisado, Fernando Pessoa, Côrtes-Rodrigues e António Ferro, algumas colaborações de discurso histórico e político, Centauro busca transcender toda a “moral colectiva”, “mordaça da moral individual”, afirmando uma “moral estética” de uma arte tributária do Decadentismo nas linhas de Mallarmé e Maeterlink. Luiz de Montalvor, Alberto Osório de Castro, Raul Leal, Fernando Pessoa, Julio de Vilhena e Silva Tavares colaboram na revista que publica pela primeira vez quinze poemas de Camilo Pessanha.

É fundamental considerar duas linhas de força nos movimentos modernistas português e brasileiro, uma de experimentalismo vanguardista e outra de investigação histórico-etnográfica das raízes culturais que possibilitam a afirmação de identidades culturais significativas.

As revistas literárias modernistas dão conta dessa relação dialéctica de tradição/ruptura que envolve os fenómenos culturais, possibilitam uma formação e revisão do cânone literário, problematizam as relações interartísticas e os diálogos luso-brasileiros. Sobre esse último aspecto, no período de 1900 a 1915, revistas como A Crónica, Sombra e Luz, Gazeta Ilustrada, Revista Nova, Ilustração Portuguesa, A Revista, Portugália, Arte & Vida, Revista Literária, O Heraldo, Ilustração Popular, A Águia, Figueira, A Vida Portuguesa, A Rajada, A Labareda, A Renascença, Orpheu ou Atlântida olhavam, de modos diversos, o espaço brasileiro. Autores brasileiros como Ronald de Carvalho (um dos directores do primeiro número da Orpheu), Eduardo Guimaraens (colaborador do segundo número da Orpheu) e Cecília Meireles (que publicou os Poetas novos de Portugal no Brasil, além de estabelecer intenso diálogo epistolar com Côrtes-Rodrigues), além de Carlos Maul, Ernani Rosas e Guilherme de Almeida, foram responsáveis por unir os dois lados do Atlântico. E por aí vai...

Este colóquio pretende enfatizar essas questões luso-brasileiras, interartísticas, dialógicas, intertextuais. Além de propostas de comunicação que incidam sobre as revistas Exílio e Centauro e sobre o seu lugar na configuração do Modernismo em Portugal, como continuadoras da Orpheu, convidamo-los a apresentar trabalhos sobre os seguintes eixos temáticos:

  1. Revistas literárias luso-brasileiras, portuguesas e brasileiras: diálogos interatlânticos nos séculos XIX e XX;
  2. Revistas literárias modernistas: dialética da tradição e ruptura;
  3. Estéticas confluentes e afluentes: Simbolismo, Decadentismo, Saudosimo e Modernismo;
  4. Artes em diálogo: literatura, artes plásticas, música e cinema no Modernismo português e no Modernismo brasileiro.
  5. O legado estético na Arte contemporânea.
Propostas
Convidamo-los a enviar uma proposta de comunicação em word para o e-mail 100exiliocentauro@gmail.com explicitando:
·         título da proposta (Times New Roman, letra 14)
·         nome do autor (ou autores) e suas respectivas afiliações institucionais;
·         resumo de no máximo 250 palavras, acompanhado de 3 palavras-chave, separadas por ponto-e-vírgula;
·         nota biobliográfica do (s) autor(es), com referência a pelo menos uma de suas publicações significativas.

Taxa de inscrição
Com apresentação de trabalhos: 30 (inclui certificado) - pagos no 1º dia do evento (3 Fevereiro)
Sem apresentação de trabalhos: 5€
Entrada livre para quem não pretender certificado do colóquio.

Documentação & Publicação
Toda a informação e documentação do Colóquio será digital e enviada por e-mail.
Os trabalhos que forem apresentados no colóquio serão posteriormente selecionados para publicação na revista Norte@mentos (Qualis-B2), cujas normas serão divulgadas oportunamente.



































Coordenadores:
Fernando de Moraes Gebra (Universidade Federal da Fronteira Sul/ CLEPUL)
Carolina Soares (CLEPUL/CH-Universidade de Lisboa)
Gabriela Silva (CEC-Universidade de Lisboa)
Rui Sousa (CLEPUL)

Secretariado:
Luís Pinheiro
Sofia Santos

Comissão Científica:
Annabela Rita (Universidade de Lisboa – CLEPUL) 
Anabela Almeida (Instituto de Cultura Europeia e Atlântica)
Dionísio Vila Maior (Univ. Aberta)
Fábio Augusto Steyer (Un. Estadual de Ponta Grossa)
Isabel Ponce de Leão (Univ. Fernando Pessoa)
Maria de Jesus Reis Cabral (Universidade de Coimbra)
Pablo Berned (Univ. Federal da Fronteira Sul)
Raquel Illescas Bueno (Univ. Federal do Paraná)
Rodrigo Vasconcelos Machado (Univ. Federal do Paraná)
Rosane Gazolla Alves Feitosa (UNESP/Assis)

Instituições Promotoras:
Academia Lusófona Luís de Camões
Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL – FLUL)
Centro de Estudos Regianos
Instituto Fernando Pessoa – Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas (IFP-LPCL)/SHIP
Grupo de Pesquisa Literaturas Ibero-Americanas (UFPR)
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5641653554106795
Revista de Letras Norte@mentos (Universidade do Estado do Mato Grosso - UNEMAT)